sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Acesso por Corda na Inspeção de Equipamentos

O Acesso por Corda é uma técnica opcional de trabalho em altura, que combina as mais avançadas técnicas de acesso a locais elevados e em ambientes confinados, utilizando cordas e equipamentos específicos de descida e ascensão, em serviços onde envolva risco de queda e/ou acesso difícil. Possibilita a diminuição no tempo dos trabalhos gerando um aumento de produtividade e diminuição nos custos, tudo de acordo com os padrões de segurança estabelecidos pelas Normas Regulamentadoras (NR) do Ministério do Trabalho e Emprego, e Normas Brasileiras (NBR) aprovadas pela ABNT.
Apesar da utilização de cordas e equipamentos especiais como meio de acesso, está técnica nada tem em comum com qualquer atividade esportiva que se assemelhe. Não há busca de adrenalina, nem aventura, o profissional de acesso visa apenas à execução do seu serviço com segurança e qualidade.
A técnica de acesso por corda, como conhecemos hoje, começou a desenvolver-se nos meados dos anos 80, não pelas técnicas de escalada ou alpinismo como muitos acreditam, mas foi baseada em um sistema desenvolvido pela espeleologia (final da década de 60). Porém, para torná-lo adequado aos trabalhos em altura, foi adicionada uma segunda corda de segurança de modo que o sistema tivesse dois níveis de redundância.
Com a crescente utilização deste método, a partir de 1987, foram criadas várias organizações para padronizar o Acesso por Corda dentro de seus países. O quadro abaixo informa as principais organizações credenciadoras de Acesso por Corda.
Sigla Descrição Origem
ANETVA Asociacion Nacional de Empresas de Trabjos Verticales y em Altura Espanha
FISAT e.V Fach- und Interessenverband für seilun terstützte Arbeitstechniken e.V. Alemanha
IRAA Industrial Rope Access Association Austrália
IRATA Industrial Rope Access and Trade Association País de Gales
SPRAT Society of Professional Rope Access Technicians EUA
SOFT Norway Industrial Rope Access Association Noruega
SAIRAA South African Industrial Rope Access Association África do Sul
SNETAC Syndicat National des Entreprises de Travaux d'Accès Difficiles França
ABENDI Associação Brasileira de Ensaios não Destrutivos e Inspeção Brasil

No Brasil a técnica vem sendo utilizada há 17 anos, final de 1993, porém tomou força quando começou a ser utilizada nos serviços de plataformas de petróleo e indústrias petroquímicas (1996). Porém só em 2007 e 2008 é que foram homologadas as normas brasileiras de acesso por corda: NBR-15475 Qualificação e Certificação de pessoas e NBR-15595 Procedimento para aplicação do método. Todas as duas normas foram elaboradas tomando como base as normas BS 7985 (britânica), ASTM E2505 (americana), NPT-682, 683 e 684 (espanholas), Requisitos Gerais do IRATA – 2007 (Inglaterra), Manual de Técnicas para trabalhos verticais (ANETVA), Normas Regulamentadoras (NR-4, 6, 7, 9 e 18), além da experiencia dos profissionais participantes.
Todos os equipamentos e elementos que compõem os equipamentos do Acesso por Corda são de última geração, com certificados pelo Ministério de Trabalho (CA), ou Comunidade Européia (CE), ou Associação Nacional Americana de Proteção contra Incêndio (NFPA) ou União Internacional das Associações de Alpinismo (UIAA). Oferecem maior agilidade nos movimentos do profissional de acesso no deslocamento entre um ponto a outro com conforto e segurança.
O profissional de acesso realiza os trabalhos, suspenso por duas cordas, sendo uma de trabalho e outra de segurança. A corda de trabalho permite, mediante a utilização do material adequado, deslocar-se em sentido descendente ou ascendente. Todos os aparelhos de progressão são auto blocantes. A corda de segurança, junto com o cinto de segurança, talabarte duplo com absorverdor de energia e o dispositivo trava-quedas, completam o equipamento de proteção individual anti-queda.
Um talabarte duplo com absorvedor de energia é utilizado por cada profissional de acesso, a fim de mantê-lo sempre preso durante a manobra de abordagem – posicionamento com as cordas de trabalho e segurança para iniciar a descida pela via de acesso.
Todas as ferramentas e acessórios utilizados pelo profissional de acesso para realizar a sua tarefa são amarradas, para que não caiam caso escorreguem das mãos – ficam penduradas. A área abaixo onde será realizado o serviço de acesso por corda, é devidamente isolada e sinalizada.
Todos os equipamentos e acessórios são inspecionados antes e após a conclusão de cada jornada de trabalho, pelos próprios profissionais que irão utilizá-los, além de serem reavaliados por outros membros da equipe.
Para qualquer serviço onde irá ser empregado o Acesso por Corda, é realizado uma Análise de Risco para identificar os perigos, causas, modos de detecção, efeitos, atividades em paralelo, e as recomendações necessárias para que a tarefa possa ser executada com segurança. Após conclusão das análises é gerado um documento constando às ações e recomendações decididas, o qual é divulgado a todos os envolvidos nos serviços. Essa análise de risco tem que ser sustentada por uma técnica conhecida e consagrada, como matriz de riscos, e deve ser rediscutida, toda vez que a condição inicial dos serviços for alterada, principalmente no que se refere a agentes externos e alterações climáticas.
O Acesso por corda vem sendo utilizado para serviços em geral, em todo tipo de equipamento ou estrutura, tais como: Vasos, Tanques, Esferas, Cilos, Caldeiras, Chaminé, Plataformas Marítimas, Flare, Estrutura Metálica, Torres de Alta Tensão, de Rádio, de Telefonia, Viadutos, Pontes, Prédios, Tubulações, podas de árvores, etc.
Encontra-se em processo de finalização a NR-34 ( Norma Regulamentadora para Indústria Naval) onde o acesso por corda é citado como meio de acesso, formalizando desta forma o uso da técnica através de uma NR.


Contibuição
RAIMUNDO DE O SAMPAIO FILHO

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